Marielle Franco: a stone in Bolsonaro’s shoes.


Marielle Franco was a black, lesbian, “favelada” councilwoman of Rio de Janeiro City. She was the fifth most voted person for Rio de Janeiro’s council having more than 46 thousand votes. For the time he worked as a councilwoman, she became famous for not being quiet and speaking truly about corruption, state violence and all the terrible things happening in the City of Rio de Janeiro.
She became a target. Someone must have thought that none would care if a black woman were killed. “One more black life, who cares?”, one must have said. On march 14th, 2018, Marielle Franco and her driver, Anderson Gomes, were killed execution style. Her assistant, miraculously, survived. Their car was followed by another car after she left an event downtown Rio. At some point, a second car ambushed them and someone shot thirteen times. Four shots on Marielle’s head. She had no way out.
They thought no one would care. They were wrong. Millions of people started asking: who killed Marielle? “We want answers”, they said. After weeks of doing nothing much, the state felt the pressure to deliver something. No one would forget about her: “who killed Marielle and Anderson, we demand answers”. Rio de Janeiro’s police started working on it, but questions were raised since people had suspicions that the police itself were involved in this crime.
Marielle was investigating crimes committed by the police and by the “milicianos”, groups that, under the fallacy of protecting the community, spread fear and extorsion in the “favelas”. They are formed by vigilantes, policemen, firefighters and others. At the end, probably they are even worse than the dealers they say that are the enemies.
One year later, finally, the police and the prosecution office came with the names of the suspects of killing Marielle and Anderson. No surprise when they said that they both are from the police of Rio de Janeiro. One surprise, though: one of them lives just next door from the president Bolsonaro.
Wait! The coincidence does not stop there. His daughter dated Bolsonaro’s son! Want to hear more? Flávio Bolsonaro, the president’s son and Senator representing the state of Rio de Janeiro, is accused of being connected with the Milícias by, for example, giving jobs for parents of milicianos.
The big question now is: who did pay for Marielle Franco’s death? Who is this person who wanted her dead? The political connections to the case are too many and too imbricated. Just to make things worse, the investigator leader on this case received “an invitation to go to Italy study the Mafia” after saying that the investigation would start a second phase to find who is the actual person responsible for the crime. The same day he presented the suspects, he receives an invitation to study abroad. Ok, he deserves, I guess.
In the end, what we know is: no one fools us. We know there is something really wrong about it. Maybe it is too much to connect the president to this case specifically, but it is fair to say that, as a 30 years experienced Congressman from Rio de Janeiro, being elected by people who agrees with all the awful things he said during his public life, Bolsonaro knows more about the “Milícias” and everything related than he advertises.
We are still looking closely. No one will forget about her. Marielle vive!

Por: Tassiana Moura de Oliveira 

Marielle Franco: uma pedra no sapato de Bolsonaro.

Marielle Franco se apresentava como negra, lésbica, “favelada” e vereadora da cidade do Rio de Janeiro. Ela foi a quinta pessoa mais votada para a Câmara dos vereadores do Rio de Janeiro com mais de 46 mil votos. Durante o tempo em que trabalhou como vereadora, ela ficou famosa por não ficar quieta e falar verdadeiramente sobre corrupção, violência do Estado e todas as coisas terríveis que acontecem na cidade do Rio de Janeiro.

Por tudo isso, ela se tornou um alvo. Alguém deve ter pensado que ninguém se importaria se uma mulher negra fosse morta. “Mais uma vida negra, quem se importa?”, eles devem ter imaginado. Em 14 de março de 2018, Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos no estilo de execução. Seu assistente, milagrosamente, sobreviveu. Seu carro foi seguido por outro carro depois que ela deixou um evento no centro do Rio. Em algum momento, um segundo carro os encurralou e alguém atirou treze vezes. Quatro tiros na cabeça de Marielle. Ela não tinha saída.

Eles pensaram que ninguém se importaria. Eles estavam errados. Milhões de pessoas começaram a perguntar: quem matou Marielle? «Queremos respostas», disseram eles. Depois de semanas sem fazer muita coisa, o estado sentiu a pressão de entregar algo. Ninguém se esqueceria dela: “quem matou Marielle e Anderson, exigimos respostas”. A polícia do Rio de Janeiro começou a trabalhar nisso, mas questões foram levantadas porque a opinião pública suspeitava que a própria polícia estivesse envolvida nesse crime.

Marielle estava investigando crimes cometidos pela polícia e pelos “milicianos”, grupos que, sob a falácia de proteger a comunidade, espalham medo e extorsão nas “favelas”. Eles são formados por vigilantes, policiais, bombeiros e outros. No final, provavelmente eles são ainda piores que os traficantes tidos como inimigos.

Um ano depois, finalmente, a polícia e o Ministério Público apresentaram os nomes dos suspeitos de matar Marielle e Anderson. Nenhuma surpresa quando disseram que ambos fizeram parte da polícia do Rio de Janeiro. Um é policial aposentado e outro, ex-PM. A surpresa de fato é que um deles mora no mesmo condomínio que o presidente Bolsonaro.

Tem mais! A coincidência não para por aí. Sua filha namorou o filho de Bolsonaro! Quer ouvir mais? Flávio Bolsonaro, filho do presidente e senador representando o estado do Rio de Janeiro, é acusado de estar ligado às Milícias, por exemplo, dando empregos para familiares de milicianos.

A grande questão agora é: quem pagou pela morte de Marielle Franco? Quem é essa pessoa que a queria morta? As conexões políticas com o caso são muitas e muito imbricadas. Só para piorar as coisas, o investigador líder neste caso recebeu «um convite para ir à Itália estudar a máfia» depois de dizer que a investigação começaria uma segunda fase para descobrir quem é a pessoa responsável pelo crime. No mesmo dia em que ele apresentou os suspeitos, ele recebe um convite para estudar no exterior. Ok, ele merece, eu acho.

No final, o que sabemos é: ninguém nos engana mais. Sabemos que há algo realmente errado nisso. Talvez seja forçar demais conectar especificamente o presidente a esse caso, mas é justo dizer que, como um congressista de 30 anos sendo eleito pelo Rio de Janeiro, eleito por pessoas que concordam com todas as coisas terríveis que ele disse durante sua vida pública, Bolsonaro sabe mais sobre as “Milícias” e tudo mais relacionado do que diz. E saber e não fazer nada sobre é ser conivente.

Ainda estamos olhando de perto. Ninguém vai esquecer dela. Marielle vive!